quarta-feira, 28 de março de 2012

Hoje...



Não sei é amor que tens, ou amor que finges, 

O que me dás. Dás-mo. tanto me basta. 

Já que o não sou por tempo, 

Seja eu jovem por erro. 

Pouco os Deuses nos dão, e o pouco é falso. 

Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva 

É verdadeira. Aceito, 

Cerro os olhos: é bastante. 

Que mais quero? 


Ricardo Reis, in "Odes" 


Confesso que adoro Fernando Pessoa contudo este poema... (sim eu sei é de Ricardo Reis e que é um estilo diferente) mói-me a alma. Gosto do poema, é verdade, mas não quero um amor assim. 

Não concebo um amor assim. Juro que tentei... não sou capaz... 

Sou de extremos. Não sou de coisas pela metade. Não gosto de dúvidas. 


Isto porque hoje estou deprimida e dá-me para estas coisas...






3 comentários:

S* disse...

Prefiro o Caeiro mas Ricardo reis é forte.

Lilith disse...

S* - Gosto de todos... consoante o estado de espírito, mas prefiro mesmo o homónimo!! :)

Angie disse...

Eu adoro o ortónimo por causa da visão dele sobre a infância e do sentir/pensar.
Do Alberto e do Campos nunca gostei :/
O Reis tem umas filosofias interessantes ^.^